Para celebrar a 35a edição da Bicicletada em São Paulo, resolvemos presentear a cidade por alguns instantes com o Monumento ao Ciclista Urbano. São Paulo não merece, mas achamos que o cara da estátua vai se sentir melhor se pegar a bicicleta e sair do meio da poluição, do barulho e de milhares de pessoas em estado de transe-angustiado em suas máquinas de combustão refrigerada.
Máscaras…
… roupa de gala…
Contra-propaganda que causa ira em alguns nos motoristas, mas desperta alguns espasmos neurais em outros. Uma motorista gritou “bicicleta também mata”. Pena que não pudemos contra-argumentar: ela gritou a frase e acelerou seu veículo, saindo em disparada até o próximo ponto de congestionamento. Outro motorista desafiou as leis do trânsito e parou para conversar. Em pouco tempo, buzinas e um agente da CET: “É… É bicicleta mas atrapalha o trânsito, né?”
Enquanto isso o cigarro é banido da TV, a cerveja traz uma mulher gostosa dentro da garrafa e o consumo de maconha continua sendo caso de polícia. Nada se fala sobre a maior droga urbana deste início de século. O automóvel é responsável por 1 morte a cada 6 horas na cidade, por causar dependência, crises de abstinências, agressividade, problemas cardíacos e pulmonares, degeneração dos músculos, obesidade, individualismo, medo… Mesmo assim, as propagandas de carro são exibidas em horário nobre, um símbolo de status, poder e liberdade.
Por trás das propagandas, grandes grupos de poucas pessoas. Consumindo os produtos e o modo de vida destes grupos estão milhões de pessoas ao redor do mundo. Por necessidade, prazer ou desvio d´alma, estes milhões de seres humanos criam (e o poder público estimula) uma bomba-relógio e condições péssimas de vida para si mesmos.
Confraternização antes da saída: participantes da 35a Bicicletada em frente ao Monumento ao Ciclista Urbano.
Não polua, não mate, não destrua: use bicicleta!
Somos mais de 300 mil ciclistas urbanos na capital. 300 mil pessoas que não poluem o ar, que chegam de bom humor aos seus destinos, que interagem com a cidade, com as pessoas, que não causam congestionamento, deixando espaço inclusive para quem precisa usar o carro.
Mesmo assim, a cidade não oferece nenhuma estrutura (pública ou privada) para o nosso meio de transporte. Cogita-exterminar calçadões, o fluxo frenético de veículos ainda é prioridade em detrimento do respeito e da vida.
Ah, e teve também pedalada…
…panfletagem e conversa, como sempre.
Até a próxima!
Sempre na última sexta-feira do mês, em frente ao Monumento ao Ciclista Urbano (finalzinho da Av. Paulista).
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