Diz a lenda que no dia 17 de agosto de 1896 acontecia a primeira morte por arma motorizada: um atropelamento.
Bridget Driscoll, de 44 anos, mãe de dois filhos, foi atingida por um veículo em alta velocidade nos jardins de um palácio em Londres. Ela estava a caminho de um espetáculo de dança, junto com a filha adolescente.
110 anos depois, o número de mortes por arma motorizada supera o de algumas guerras. Só na cidade de São Paulo, em 2005, morreram 1505 pessoas, uma média de 4 pessoas por dia, ou seja, um morto a cada 6 horas.
Assim como Bridget, metade das vítimas são pedestres (ah, esses perigosos pedestres).
A CET está instalando grades em diversos pontos da cidade para disciplinar a travessia de pedestres. Pode ser que o número de atropelamentos seja reduzido, mas se o culto à velocidade não for questionado, pouco irá mudar.
Por que os automóveis são fabricados para atingir velocidades de 180km/h se os limites de velocidade não ultrapassam 120km/h? Por que as propagandas de veículos continuam a estimular impunemente a velocidade estúpida e o comportamento individualista e agressivo no trânsito?
Infelizmente a velocidade assassina das máquinas (e de seus estúpidos condutores) goza de ampla tolerância. O presidente Lula até tornou mais brandas as penas para quem excede os limites…
Enquanto isso, preferimos fechar os olhos e chamar as mortes de “acidentes”, como se todas as condições prévias para a “fatalidade” não estivessem dadas.
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