2007, o ano da bicicleta

(arte sobre arte de pedalero e Nathan)
Algumas boas novas para a cidade na semana de aniversário.

A Câmara dos Vereadores aprovou no final de 2006 um projeto de lei que propõe a criação de um sistema cicloviário na capital. O projeto (599-05), de autoria do vereador Chico Macena, foi aprovado na forma de um substitutivo e ainda terá que ser sancionado e regulamentado pelo prefeito (veja o texto integral do projeto aprovado aqui).

Apesar do processo de regulamentação poder levar mais de dez anos, é a primeira lei paulistana a falar de um sistema para o transporte por bicicletas. Todas as leis anteriores tratavam de temas específicos, como bicicletários, passeios ciclísticos ou ciclovias em determinados locais.


A cidade ainda aguarda os paraciclos


Meus botões perguntam: “mas se nem uma lei que fala de algo específico (como a 13.995, que dispõe sobre bicicletários e paraciclos) consegue sair do papel, será que uma lei tão ampla tem alguma possibilidade de virar realidade?”.

Sim e não. Leis como esta tendem a virar princípios norteadores das discussões públicas, ou seja, servem muito mais para estimular o debate do que para transformar num passe de mágica a realidade. Ou seja, para que ela “saia do papel” é preciso superar a visão automobilista que permanence orientando as políticas públicas e os anseios dos paulistanos.


(foto: markus hartel)

A outra boa notícia chega em forma de boato: parece que o metrô de São Paulo irá permitir bicicletas nos vagões aos domingos e feriados. A medida passaria a valer a partir do dia 25, aniversário da capital, mas depois da cratera na linha 4, a direção do metrô teria achado mais prudente adiar o anúncio (que poderia parecer propaganda fora de hora).

Se implantada, a medida servirá para impulsionar a cultura da bicicleta, fazendo com que mais gente descubra a viabilidade do transporte sustentável sobre rodas. Ainda que esteja restrita ao lazer, a inciativa tende a amplificar a pressão pública por mais condições de circulação para os 70% não possuidores de automóvel e para os 300 mil ciclistas que trafegam por dia na capital.

E para terminar, descobri outro dia que a vereadora Soninha apresentou em novembro do ano passado o projeto de lei 658/06, que transforma oficialmente o ponto de encontro das bicicletadas em “Praça do Ciclista”. A Praça do Ciclista recebeu batismo popular em fevereiro de 2006 e segue hospedando a concentração lúdico-educativa da massa crítica paulistana.

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