Globalização motorizada


(foto: Pezee – movimento de defesa dos pedestres em Atenas)

Desde que surgiu, o automóvel tomou de assalto o planeta. Cidades inteiras foram reconstruídas para abrigar o fluxo e estacionamento das máquinas de transporte privado.

Algumas partes do mundo já perceberam que o uso excessivo do automóvel é um dos mais graves problemas urbanos da atualidade.

Em outras cidades, construir viadutos e estacionamentos e subsidiar a fabricação de carros ainda representam sinais de “desenvolvimento” e “progresso”.

Nestas comunidades, punir quem estaciona em cima da calçada é uma afronta que deve ser evitada. Pega mal punir “bacana”.

Em São Paulo (e talvez na Grécia) os agentes de trânsito têm como procedimento padrão solicitar a retirada do veículo estacionado em calçadas antes de aplicar a multa. Algo como um policial solicitar que o ladrão pego em flagrante devolva a carteira roubada para, em seguida, liberar o criminoso com um tapinha nas costas.

Ao ouvir o argumento acima, um agente da CET respondeu: “mas o ladrão está roubando uma propriedade privada”. E o motorista infrator, não está roubando espaço público?

Uma das características do subdesenvolvimento capitalista é acreditar que público é aquilo que não pertence a ninguém ou, no máximo, àqueles que não podem comprar a tão sagrada propriedade privada.

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