(reprodução de portal da internet encontrada aqui)
Na semana passada uma montadora francesa publicou um site falso na internet para divulgar seu produto e inseriu “notícias” sobre o fato nos principais portais da internet.O informe trazia letrinhas miúdas avisando que tratava-se de uma publicidade. Em letras maiores e imagens, a companhia automobilística avisava que um asteróide (homônimo ao veículo propagandeado) iria se chocar com a terra.
Ao clicar na notícia o internauta era levado para o site de um inexistente Observatório de Asteróides, onde não havia sequer referência ao fato de tratar-se de uma propaganda.
Além da campanha, a notícia também saiu do ar.
A falsa notícia foi logo desmentida e a campanha foi retirada do ar por alguns portais. No UOL, além da campanha, saiu do ar também a notícia que esclarecia o assunto (o link encontrado no mecanismo de busca não está mais no ar).
(reprodução: Paulo Pinto/OESP)
Como se não bastasse a confusão virtual, a campanha publicitária também vem causando transtornos no mundo real. A montadora instalou algumas caixas gigantes para acomodar suas bolhas metálicas de duas toneladas e vender um mundo que só existe na publicidade.A caixa de tinha vedação acústica para impedir a entrada do barulho dos outros automóveis e seu interior era forrado com um painel “cheio de natureza”.
No final de semana a Prefeitura mandou retirar uma das caixas, instalada em um shopping na Avenida Paulista. A “peça” não possuía alvará e ubstruía a passagem de pedestres vindos da escada rolante. Igualzinho ao mundo real.
A propagação de notícias falsas não é novidade, mas geralmente era associada à práticas de intervenção artística ou política. Orson Welles, na década de 30, transmitiu ao vivo uma (falsa) invasão alienígina pelo rádio.
A CIA, agência de inteligência estadunidense, também já assumiu ter plantado notícias falsas nos quatro cantos do mundo para “colaborar” com a política externa do país. Grupos e artistas como o Yes Men, Rtmarks, Joey Skaggs, Eva and Franco Mattes e Luther Blissett desenvolveram práticas semelhantes.
A grande diferença é que todos (inclusive a CIA) se utilizaram dos golpes em causas políticas, artísticas ou de contestação. Já o chamado “marketing de guerrilha” (sic) serve apenas para vender produtos.
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