Mais algumas migalhas

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faixa preferncial para ônibus da Faria Lima / foto: Panóptico

“Os corredores definitivos nas Avenidas Brás Leme, Sumaré e Faria Lima foram descartados após pressão de comerciantes e moradores próximos dessas vias, que manifestaram posição contrária aos projetos.

Em audiências públicas realizadas entre julho e outubro do no ano passado com representantes da Prefeitura, moradores de Santana, Perdizes e Itaim Bibi argumentaram que o comércio ao longo das vias com corredores seria prejudicado, pois os clientes não teriam mais espaço para estacionar.”

Assim terminava uma matéria no Estado de S.Paulo desta segunda-feira. A notícia da suspensão das obras de três corredores de ônibus se misturou aos “testes” de quatro corredores temporários (chamados pirotecnicamente de “virtuais”) em outras vias da cidade.

A Prefeitura suspendeu a construção de corredores de ônibus nas avenidas Brás Leme, Corifeu, Jaguaré, Faria Lima, Indianópolis, Brasil e Sumaré.

Para que os clientes motorizados não percam o privilégio de estacionar suas propriedades privadas em espaço público, quem anda de ônibus continuará a passar horas dentro dos coletivos por causa do trânsito causado pelos automóveis.

A “economia” com a suspensão das obras em 37 km de novos corredores será de R$157 milhões. Aproximadamente seis vezes mais do que o “investimento” de R$ 23 milhões nos 310 metros do Túnel Paulo Autran.

Enquanto os corredores de ônibus custariam aproximadamente R$ 4 mil reais por metro, o túnel, que serviu para retirar um semáforo do caminho dos motoristas, custou R$ 74 mil por metro.

Mas comemoremos as migalhas: a Prefeitura anunciou quatro corredores “virtuais” para as avendas Celso Garcia, Cruzeiro do Sul, Robert Kennedy e para a rua Clélia. As faixas exclusivas para o transporte coletivo funcionarão apenas em dois horários do dia: das 6h às 8h e das 17h às 20h. Em vez de radares para multar motoristas que invadem o corredor, cones e faixas de segregação.

Os corredores temporários são boas alternativas em alguns casos.

O que assusta é que saber que a política de transportes na capital continua a privilegiar o estacionamento de automóveis em detrimento do fluxo de ônibus em corredores, bicicletas em ciclovias e ciclofaixas, pedestres em calçadas largas e (até) de outros carros.

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