foto: polly, durante a inauguração do Estilingão
A cidade de São Paulo bateu hoje o recorde histórico de congestionamento, com a marca oficial de 295km de ruas paradas.
reprodução: CET
Às 18h58, o monitor online da CET indicava que 35,4% das ruas monitoradas (834km) eram filas de motores ligados dentro de latas estacionadas.
Depois das 19h, o gráfico que mostra a evolução do trânsito ao longo do dia travou: havia ultrapassado o limite de 35% de ruas paradas. Alguns disseram que o relógio da CET chegou a atingir os 298km de marca oficial. Ao final, restou uma divergência de casas decimais entre o resultado apresentado no gráfico (35,135) com a máxima registrada no relógio (35,4).
Os comentários na internet falavam em uma manifestação de solidariedade à General Motors nesse momento difícil. Outros disseram que era uma carreata de apoio às declarações do presidente Lula, que quer reduzir definitivamente o IPI dos carros. Uma parcela da opinião pública acreditava que era uma manifestação de milhões de motoristas nas ruas reivindicando a aceleração das obras da nova Freeway que o Governador José Serra pretende construir na Marginal. Um terceiro grupo acreditava que as filas intermináveis de luzes e buzinas celebravam os novos túneis do prefeito Kassab.
Por sorte, a chuva abaixou os ânimos de estudantes, funcionários e professores da USP, que tomaram porrada da tropa de choque ontem dentro do câmpus e pretendiam marchar hoje até a av. Paulista. Se o ato tivesse acontecido, certamente em vez de botar a culpa no feriado ou na chuva, o destaque midiático seria para a ação dos “baderneiros” como a causa do congestionamento.
Independente da confiabilidade nas medições oficiais e dos custos e métodos de manutenção da bomba “sob controle”, é fato que as condições de locomoção continuam piorarando na cidade.
Nesse momento de recorde, vale prestar uma homenagem a todos os políticos e técnicos dos mais diversos partidos e escalões que, durante décadas, trabalharam duro para que essa marca fosse uma realidade, contando sempre com a torcida, o apoio e o voto da sociedade “apaixonada por carros”.
Faltou pouco para o estourar oficial das champanhes dos 300km. Uma derrota como a de Marta Rocha, com cheiro de pênalti roubado aos 45 do segundo tempo.
Mas não há de ser nada: nossos bravos homens e mulheres continuarão a trabalhar pelo desenvolvimento e pelo progresso. Mais pontes, mais túneis, mais carros, mais propaganda dizendo que os carros e pontes não têm nada a ver com isso, mais trabalho, mais PIB e mais trânsito para o orgulho da pátria.
293 quilômetros – meninamalouca
A culpa é do Lula, do Serra, do Kassab e SUA também – e você com isso?
novo recorde de congestionamento. E querem ampliar a marginal – va de bike
parabéns, são paulo: 300km – ciclobr
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