Ontem morreram atropelados dois ciclistas que treinavam na rodovia dos Bandeirantes. O :.apocalipse motorizado lamenta profundamente mais estas duas vítimias da velocidade e do peso dos automóveis.
A Federação Paulista de Ciclismo e alguns grupos de ciclistas-atletas automaticamente associaram as mortes à proibição decretada pela USP às bicicletas. Hoje pela manhã, cerca de 300 pessoas protestaram na frente da universidade. A informação é do UOL, que noticiou na seção de esportes (e não transportes ou cidade).
O :.apocalipse motorizado não concorda com esta associação e com o uso oportunista das mortes para este protesto, apesar de ser radicalmente contra a proibição de bicicletas no campus.
Recapitulando:
– a USP não é o local adequado para o treinamento de alta performance, pois este não permite que o ciclista faça paradas. Como sabemos, a USP não tem semáforos, mas tem faixas de pedestre e na faixa a preferência é sempre do pedestre;
– os atletas que agora protestam reivindicam o espaço de treinamento perdido e não os direitos do ciclista nas ruas;
– a maior parte dos atletas que usavam a USP têm como meio de transporte o automóvel. Não andam de bicicleta nas ruas porque as ruas são muito perigosas (ironicamente, por causa dos carros);
– a luta do cislista urbano é por uma cidade mais agradável, menos violenta e menos poluída. Lutamos pela coexistência pacífica entre motoristas, motociclistas, ciclistas, pedestres, cadeirantes e carroceiros. Para a construção desta cidade, a bicicleta é uma arma poderosíssima. Infelizmente a maioria dos atletas que agora reivindica a reabertura da USP não participa das ações que visam legitimar a bicicleta nas ruas.
Por fim, resta a pergunta:
Onde a maioria dos 300 protestantes estacionaram seus carros para protestar hoje de manhã? Dentro da USP?
leia também:
– USP x atletas: ato na segunda (24.abr.2005)
– USP x bicicletas: mais um capítulo (16.mai.2005)
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