Na última sexta-feira (17.jun) os jornais trouxeram o anúncio de que a ameaça era verdadeira: alguns calçadões do centro serão realmente abertos para o fluxo de veículos. Saem as pessoas, entra a poluição, a fumaça, o barulho, os atropelamentos, a fila-dupla, os flanelinhas…
O primeiro calçadão a ser extinto será o da rua Florêncio de Abreu, ao lado do Mosteiro São Bento, cartão postal da cidade. Algo como transformar o Coliseu em estacionamento ou o a Muralha da China em autoestrada.
Segundo o sub-prefeito da Sé, Andrea Matarazzo, a idéia é “oxigenar um pouco as regiões onde você não tem acesso a prédios com vias de circulação local”… Matarazzo, apesar de bom em retórica, não foi bom aluno em química: confundiu oxigênio com monóxido de carbono, metano, enxofre, fuligem e outras substâncias letais. Oxigênio é tudo que deixa de existir quando um automóvel é ligado.
Uma pena que a Prefeitura acredite que “revitalização do centro” significa trazer pessoas com automóveis, quando a experiência mundial já comprovou exatamente o contrário: os automóveis degradam o patrimônio, estrangulam a vida e privatizam os espaços públicos.
Até São Paulo já passou por isso: na foto acima, a Praça da Sé durante a construção da Catedral. Quando a igreja ficou pronta, os administradores decidiram que era melhor remover os carros dali e deixar que a praça fosse ocupada pelas pessoas.
(veja o nosso arquivo ou utilize a busca para encontrar outras matérias sobre os calçadões)
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