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O anúncio acima estava na revista Época, que eu recebi gratuitamente no último fim de semana (oferta de uma empresa de telefonia que quis fazer um “agrado”). Entre os anúncios, 8 páginas eram dedicadas aos automóveis, 8 às Organizações Globo (Fundação Roberto Marinho, canais e revistas da Globo) e 6 às empresas de telefonia celular.
É impressionante como a distância entre propaganda e mentira é cada vez menor. Para vender um carro, por exemplo, é necessário descontextualizá-lo totalmente. Repare no cenário acima: tudo que o carro impede quando é transformado em modelo único de locomoção está lá: a praça, o passeio, o ciclista, o céu azul…
Não existem propagandas com carros em congestionamentos monstruosos, céus poluídos, ciclistas espremidos, pedestres amedrontados…
Outro detalhe interessante: quase todos os anúncios de automóveis trazem os veículos com os vidros pretos. Apesar de ilegal, escurecer totalmente o vidro (principalmente o dianteiro) é fetiche generalizado na sociedade que trocou a convivência pelo isolamento, a praça pela grade e a janela pela tela da televisão.
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