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Todo prefeito que assume o cargo em São Paulo promove uma operação tapa-buracos ou um grande programa de recapeamento de ruas logo no primeiro ano de mandato. José Serra não fez diferente e, segundo o jornal “O Estado de São Paulo” (01 de novembro), irá gastar R$50 milhões até o final do ano para renovar as pistas de rolagem de diversas ruas da capital.
Marta Suplicy priorizou as avenidas, mas deve ter gasto o mesmo dinheiro tapando os buracos causados pelo excesso de veículos, pelas obras mal-feitas e pelas maracutais que envolvem a pavimentação (geralmente o uso mateiras de baixa qualidade superfaturados).
É claro que a manutenção das ruas é importante para a cidade, afinal não são apenas os veículos particulares que circulam por lá, mas também os ônibus, bicicletas, táxis, caminhões.
O engraçado dessa história toda é que, por lei, a manutenção das ruas é de responsabilidade do poder público. Já a conservação das calçadas é responsabilidade do proprietário do terreno ou construção que fica na frente. Resultado: ruas que parecem tapetes e calçadas que lembram campos minados.
A reforma das pistas é feita de madrugada. Máquinas pesadas fazendo barulho na sua janela às 3 da manhã para não atrapalhar o trânsito. Agora tente você reformar a sua calçada depois das 10 da noite…
Sobre os R$50 milhões, era dinheiro mais do que sufiente para equipar boa parte dos estabelecimentos públicos com bicicletários e tirar a lei 13.995 do Grande Livro das Ficções Jurídicas Brasileiras. O projeto, que foi sancionado pelo prefeito em 10 de junho, ainda aguarda regulamentação do Executivo. O prazo para a regulamentação se esgotou em 10 de agosto, mas segundo fontes conhecedoras dos trâmites kafkanianos deste país, esta etapa pode levar até 10 anos, dependendo da (falta de) vontade do poder público.
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