Veja Mente – desassine


(foto: CMI)

A foto acima é da rampa anti-gente, construída pela prefeitura para impedir a permanência de seres humanos no local. Na madrugada do dia 24, a bizarra obra da arquitetura do medo virou anti-propaganda: “Veja – desassine”. A ação de repúdio à publicação da Editora Abril também aconteceu em outros locais da cidade.

A Veja é porta-voz da política higiênico-especulativa em curso nas regiões centrais, destinada à garantir os lucros e o bem-estar de uma minoria que não quer ver a miséria nem da janela do carro. “Limpe os pobres, mande-os para a periferia”: a distância e o transporte público que só funciona para levá-los ao trabalho se encarregam de manter a cidade “segura e bonita” para quem tem dinheiro e um automóvel.

A “revista” ainda se destaca pelo uso de linguagem preconceituosa e pela manipulação indiscriminada de fatos e informações. Leia este trecho de “reportagem” sobre o padre Júlio Lancelotti e tire suas conclusões.

A rampa anti-gente é o nosso muro da vergonha em Tijuana, a nossa barreira israelense, a nossa cerca de Varsóvia: do medo que ergue fortalezas ao facismo que constrói campos de concentração é um passo muitas vezes curto, imperceptível.

O colega José Chrispiniano, autor do boletim Veja Q Porcaria indica dois textos: 1) um manifesto de repúdio da Abong em relação à matéria “A solução é derrubar”, 2) um texto de Fernando Altemeyer Júnior, professor da PUC-SP. Eu indico o boletim, que pode ser assinado pelo e-mail vejaqporcaria@yahoo.com.

Também vale dar uma olhada sempre no blog integração sem posse.

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