Trata-se da série “convidando você a pensar o futuro”, comemoração dos 30 anos em solo nacional da Fiat (a fabrica que tornou-se a maior da Itália fabricando máquinas de guerra para Mussolini).
A agência de publicidade entrevistou 250 crianças e adolescentes sobre o automóvel do futuro. Entre os depoimentos utilizados, carros movidos água e que despoluem a cidade em vez de poluir.
Na maior cara de pau, a indústria que mais polui e mata (direta ou indiretamente) no mundo faz propaganda dizendo exatamente o oposto. O marqueteiro nazista sorri no túmulo ao lado de Henry Ford.
“Responsabilidade corporativa”? Nada disso: “Eles (as crianças e adolescentes) são os consumidores do futuro”, explica o publicitário da agência responsável pela campanha.
Utilizar crianças em comerciais já é algo repugnante. Fazer propaganda destinada a elas é um dos maiores crimes contra a espécie humana praticados pelas corporações. Vender a morte como se fosse vida, a escravidão como liberdade e o individualismo como valor social é a base da propaganda dos automóveis.
Como eu acredito que lugar de criança não é em anúncio publicitário, resolvi proteger a identidade das duas garotas. Até porque elas têm bons anos de vida até os 18 para descobrir que o automóvel é a pior solução para o transporte urbano e o segundo responsável por mortes no Brasil (só perdendo para os homicídios).
PS: na versão impressa do jornal, aparecem as duas meninas acima. Já na edição digital (com link no começo do texto), apenas a loirinha ilustra a reportagem… Afinal, como todos sabem, o Brasil não é um país racista, a escolha da loira foi apenas um acaso e as borboletas nascem no escapamento dos carros.
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