E agora, as prestações


(outdores na av. Bernardino de Campos vazia no dia de Brasil X Gana)

Compre e você será o melhor do mundo!

Compre facilitado e pague até depois do produto se tornar obsoleto ou imprestável!

Se for um carro, melhor ainda: antes do final das prestações voce terá gasto o valor de um novo em manutenção e combustível não-renovável. E ainda leva de brinde 15 dias por ano dentro do carro, parado no trânsito, com os vidros fechados, respirando fumaça encanada e estressado com as contas a pagar.

Coloque seu dinheiro no banco para pagar as prestações, pague juros e taxas e receba como cortesia o tratamento de suspeito ao entrar. Se der sorte e conversar com um estelionatário corporativo na rua ou ao telefone, ainda tem a chance de receber um cartão de dívida que você nunca desejou.

Os garotos-propaganda da moderna escravidão perderam em campo:
E agora, Galvão? Como eu pago a prestação daquela nova televisão?

Nova televisão? Mas o governo não anunciou dois dias antes ([1], [2]) do jogo fatal que tudo segue igual, que o monopólio continua e a programação fica a mesma merda?

Na semana da derrota que deixou muitas prestações de TVs de plasma e nenhum motivo para o circo ufanista, a Petrobrás também hasteou a bandeira nacional.

Pra frente Brasil! O petróleo é nosso!

Somos auto-suficientes, ou seja, podemos acabar com o nosso petróleo sozinhos, queimando diariamente em veículos de duas toneladas que transportam uma pessoa ou nos esbaldando em embalagens de plástico!

E não é que o prédio da Petrobrás também é cenário de novela da empresa do Galvão?

Será que lá no alto do prédio o nosso estandarte dizia “salve a seleção” para quem passava de helicóptero?

Ou será que agradecia ao governo por manter o oligopólio da televisão?

Uma coisa é fato: cidade vazia como na copa só daqui a quatro anos, quando também haverá uma outra eleição. Tudo transmitido ao vivo pela televisão.

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