Festa e apoio popular nos calçadões do centro durante as manifestações contra o aumento do transporte coletivo. Nenhuma cara amarrada, nenhuma buzina, nenhum xingamento do tipo “não tem o que fazer e fica aí atrapalhando o trânsito”.
Requer uma organização ainda não praticada no Brasil, mas seria fantástico que as manifestações não atrapalhassem o fluxo do transporte público coletivo, ou seja, a maioria da população.
Afinal, os 30% possuidores de carros já estão mais do que acostumados com o caos criado por eles mesmos: a lentidão interminável é vivenciada diariamente pelos motoristas praticamente a qualquer hora do dia.
Além de atrapalhar quem causa o transtorno, o “trânsito” gerado pelo uso excessivo dos automóveis prejudica sensivelmente a qualidade do transporte coletivo, tornando muito ruins as viagens de ônibus em vias não-exclusivas e aumentando brutalmente o custo de operação das linhas.
A sociedade em conivência com sucessivos governos de interesses automobilistas tornaram as condições de locomoção inviáveis para todos os cidadãos. A diferença é que alguns ficam parados em confortáveis poltronas e podem desfrutar de dispositivos anestesiantes como ar condicionado, som, telefone celular, vidros a prova de ruídos e até televisões e computadores, enquanto outros passam horas de pé e/ou espremidos em um veículo barulhento.
Costuma-se botar a culpa da lentidão motorizada na chuva, na sexta-feira, na véspera de feriado, no natal, nas obras para ampliar ou consertar o sistema viário, em algum grande evento e até nas manifestações populares, mas vale lembrar que quem realmente atrapalha o direito de ir e vir de toda a população todos os dias é quem causa o trânsito e quem se beneficia dele (incluindo aí governos, empresas privadas e todo o gigantesco lobby automobilístico).
A agitação em São Paulo pelo direito ao transporte em belos vídeos que não passam na sua televisão:
[vídeo de 01/12]
[vídeo do protesto na inauguração da árvore de natal do banco – 03/12]
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