No início da pedalada, quando os guardas se preparavam para prender e multar os participantes, os ciclistas simplesmente desmontaram de suas bicicletas e as empurraram até a estação de metrô (onde elas são aceitas em todos os dias e horários da semana).
Assim como veio, a massa desapareceu. Usando a integração com o metrô, os ciclistas se espalharam pela cidade em grupos menores e seguiram pedalando.
Atualmente, a lei que exige permissão dos órgãos de trânsito para “paradas” ou manifestações só vale para grupos com mais de 50 pessoas, mas os ciclistas continuam afirmando que a massa crítica é apenas um congestionamento de bicicletas.
A partir daí, a prefeitura (do também republicano Bloomberg) começou a reprimir a ocupação mensal das ruas. Diversos cidadãos foram processados sob a acusação de “parading without a permit” (algo como “realizar uma manifestação sem permissão”). A maior parte acabou inocentada depois de longos e caros processos.
Por se tratar de uma “coincidência combinada” (e não de uma manifestação) os ciclistas que se reunem mensalmente em Nova Iorque alegam que não precisam de autorização para utilizar em grupo seus veículos a propulsão humana. Afinal, como diz um dos slogans da massa crítica, as bicicletas não atrapalham o trânsito, elas também são o trânsito.
O motorista alega que foram os ciclistas que criaram caso. Diz ainda que os participantes da massa crítica quebraram o para-brisa e a porta do carro (não é bem esse o clima do vídeo acima). Por hora, a situação na Califórnia ainda não passa por multas e prisões, como em Nova Iorque.
Seja em Nova Iorque da convenção republicana ou nas rodadas mundiais de negociação sobre o futuro do planeta, o uso de aparato de segurança contra civis e a violação dos direitos de expressão, manifestação e organização constituem uma parte importante da política “anti-terror”.