Eles matam (e ainda fazem piada)


reprodução de anúncio em jornal qualquer
texto com a contribuição de Lilx e Bruno Morino

A cada ano 1 milhão de pessoas morrem no trânsito em todo o planeta. Excessão é o “acidente” fatal que não está relacionado ao excesso de velocidade e ao comportamento irresponsável e agressivo dos “pilotos”.

A indústria automobilística, no entanto, não se mostra muito preocupada com o genocídio e continua a propagandear suas máquinas associadas à potência, status e velocidade. Os exemplos são abundantes.

As tentativas de limitar a apologia à velocidade chegam a ser ridicularizadas pelos fabricantes, como na nova propaganda de um carro da Volkswagen. Confira o diálogo abaixo, extraído do filme promocional que pode ser visto aqui (clique em campanha/comercial).

– Olha o filme ficou lindo, vocês da agência valorizaram bem o design, o câmbio tiptronik, mas tem um problema: o carro ta correndo demais.
– Mas ele corre, ué!

– Mas nós da volkswagen não podemos incentivar isso.
– A gente vai filmar de novo, com o carro mais calminho.
– Ah não precisa, com a computação a gente deixa ele mais lento.
– E fica bom?
– Ooooo!


reprodução de anúncio

Na imagem acima, outro exemplo: “É perigoso lá fora”, diz o slogan deste veículo. Mais correto seria dizer “é perigoso para quem está lá fora”, já que as principais vítimas dos automóveis são pedestres e ciclistas.

Ao longo das décadas a indústria desenvolveu uma série de equipamentos de segurança para quem está do lado de dentro das bolhas (air bags, cintos de segurança, freios ABS, cockpits indestrutíveis…).

O mesmo cuidado com a vida não acontece em relação a quem está do lado de fora. Potência e velocidade são ítens soberbamente valorizados nos automóveis. A mesma velocidade que fascina e vende é aquela que mata e destrói vidas em todo o planeta.

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