O largo São Bento, que nunca foi tão largo, praticamente desapareceu com o fechamento do calçadão da Florêncio de Abreu no final de 2006.
O espaço, que poderia ser usado tanto para a convivência quanto para o deslocamento de pessoas, foi invadido por duas pistas de rolamento, um “valet park” e viaturas da polícia.
O fechamento da Florêncio de Abreu para as pessoas foi a terceira morte de um calçadão executada pela atual administração.
Mesmo antes das obras pró-carro, o largo São Bento já sofria com os abusos de propriedades privadas sobre rodas. A base da Polícia Militar no local não afastava contraventores, que estacionavam tranqüilamente seus veículos sobre o calçadão aos finais de semana.
Outro trecho do largo era (e continua sendo) utilizado pelo valet park da igreja para embarque, desembarque e estacionamento de carros particulares durante casamentos, batizados e afins.
Mesmo com o fechamento do calçadão, não é raro assistir ao fluxo e estacionamento de veículos particulares em outros trechos do largo, como mostra a foto abaixo.
O processo de tirar espaço das pessoas e dedicá-lo aos automóveis vem sendo chamado de “revitalização”. No entanto, trazer vida à região seria construir um calçadão que ligasse o mosteiro de São Bento ao Mercado Municipal.
Ou será que alguns setores da administração municipal e da sociedade só consideram vivos aqueles que consomem?
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[…] passado. Hoje as praças estão sendo revitalizadas. Não têm bancos para se sentar e em algumas há ruas cortando-as. O senhor dando milho aos pombos não pode mais matar o tempo. O bate-bola no canto da praça não […]
[…] Nos últimos anos, o processo de abertura de avenidas e ruas, nos mais variados bairros, se intensificou. E o centro da cidade não escapou. Quando cada uma das faladas reformas de “revitalização” acaba, pode esperar: onde havia um largo, um calçadão, um espaço qualquer dando mole, surgirá uma rua para carros. […]