Enquanto a indústria automobilística divulga mais um recorde de vendas no país em junho, a Polícia Rodoviária Federal adverte: julho será recorde em acidentes nas estradas.
Com 221,1 mil máquinas predadoras de espaço e de vidas vendidas em junho, os fabricantes de automóveis já colocaram mais de 1,068 milhão de veículos nas ruas brasileiras em 2007 (dos quais 95% são automóveis particulares).
O aumento da frota em 2007 tem reflexo direto no número de vítimas “do trânsito”: em relação ao primeiro semestre de 2006, cresceu o número de acidentes (10,4%), de mortos (7%) e de feridos (10,6%).
Será que a bonança que enriquece principalmente companhias sediadas em outros países é um sinal de progresso? Será que os modelos econômicos baseados em atividades insustentáveis têm alguma relação com o desenvolvimento social e humano? Quantas vidas serão perdidas e quantas cidades serão destruídas até que a sociedade e os governos comecem a questionar o domínio do automóvel sobre espaços e vidas?
Pelo andar da carruagem, continuaremos a bater recordes de vendas, de mortos e feridos, de congestionamento, estresse, poluição, doenças cardíacas e respiratórias, de fragmentação do espaço público… E o pior: continuaremos acreditando que tudo isso significa “desenvolvimento”.
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