Em Munique, bem como nas outras cidades por onde já passei (Salzburgo e Viena), são raras as esquinas que não possuem semáforo de pedestre.Em São Paulo, na meia-dúzia de ruas onde eles existem, o ciclo de abertura é o seguinte: carros da rua A (que vêm reto) – carros da rua B (que dobram a esquina) – pedestres – carros da rua A….
Em Munique, no mesmo tipo de cruzamento, quando o farol abre para os carros da rua B, também abre para os pedestres. A diferenca é que os automóveis (além de usarem a seta) sempre dão preferência aos pedestres. E se o sinal fica vermelho, ninguém corre para sair da frente dos carros. Simplesmente mantém o passo até terminar de atravessar a rua.
Grades anti-pedestre instaladas pela CET em Sao Paulo
Já chorei algumas vezes ao ver estas cenas por aqui. Grande parte das lágrimas vieram da revolta com as políticas adotadas em Sao Paulo.As mais recentes excrecências são as cercas para impedir pedestres de atravessarem a rua fora da faixa. Tais medidas só são admissíveis em cidades onde tudo funciona a favor do pedestre. Onde, ao menos, existem faixas e semáforos de pedestres…
Gastar dinheiro com estas cercas e não com semáforos é punir a vítima. Recapear ruas e simplesmente não pintar as faixas de pedestre é um absurdo.
Será que é muito caro pintar travessias em toda a cidade? Será que “pega mal” eleitoralmente instalar semáforos de pedestre nas ruas? Será que é muito difícil fazer uma campanha educativa séria e comecar a punir motoristas que nao esperam pedestres atravessar a rua? Como diriam os irmãos do norte, “bullshit”…
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