O asfalto impermeabilizou o céu

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A foto é da semana passada, quando a cidade ainda vivia longos meses de estiagem.

Toneladas de poluentes lançados nos pulmões e narinas de crianças, adultos e idosos a cada litro queimado.

Sem ter mais para onde ir, gases e partículas sólidas de pneus e escapamentos tamparam o céu e mudaram a cor das tardes paulistanas. Já faz tempo que o azul deu lugar ao cinza alaranjado.

Providencial foi a chuva desta semana: caiu sem parar, arrastou tudo para o asfalto, escorregou pelo bueiro e desembocou no rio, que também já não tem mais cor de rio.

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Caminhões malvados de fumaça preta não são os vilões do ar: se o carro não tivesse matado o trem, seriam em número menor.

Ônibus, apesar de cúmplices no assassinato dos trilhos, também não devem ser criminalizados: transportam muita gente e, quando circulam em corredores exclusivos, são rápidos e menos poluentes.

Veículos pesados de utilidade pública poluiriam muito menos se não existissem tantos veículos individuais de utilidade privada congestionando as ruas.

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