No jornal:
“Cai limite de velocidade nas marginais da Anchieta
(..) a velocidade máxima permitida em 14 km de extensão de suas marginais vai diminuir de 110 km/h para 90 km/h.
A justificativa para a diminuição da velocidade permitida é a quantidade de acidentes ocorridos nessas duas pistas -praticamente quatro por dia. Mas a medida já enfrenta a resistência de muitos usuários. Na prática, com a redução, um trajeto que antes poderia ser feito em sete minutos deverá levar agora próximo de nove.’As pessoas irão andar mais devagar com medo da fiscalização. Tende a atravancar’ (…)”
Resistência à preservação da vida por causa de dois minutos? Francamente…
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No elevador do trabalho (região central de São Paulo):
– Poxa, você é o cara que vem de bicicleta todos os dias?
– Sim…
– Ai, que legal, eu queria muito fazer isso. Adoro andar de bicicleta, reformei a minha faz pouco tempo, mas tenho medo.
– Onde você mora?
– Na Praça da Árvore.
– Hmm… É, é complicado… Aquele trecho da Jabaquara e Domingos de Moraes é ruim…
– É, os motoristas correm demais ali e não importa se você é mulher ou homem, eles querem é passar por cima… Na Paulista até que vai, acho que o pessoal respeita mais… Até porque o trânsito tá sempre parado, né?
– Uma pena que tanta gente que quer andar de bicicleta para ir ao trabalho não tenha esse direito…
– Pois é, mas um dia o trânsito vai parar de vez e aí fica bem seguro pra andar de bicicleta.
Vale notar que o trecho perigoso citado pela potencial ciclista (avenidas Jabaquara e Domingos de Moraes) tem estacionamento de automóveis permitido durante todo o dia em boa parte da sua extensão.
Mesmo com a longa fila de carros estacionados, aqueles que matam e morrem por causa de dois minutos continuam a ver bicicletas como obstáculos. Se houvesse vontade política e social, o estacionamento seria proibido, ciclovias seriam constuídas, os ônibus andariam mais rápido e as calçadas seriam alargadas.
Por enquanto, uma ciclista a menos.
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