Quem atrapalha o trânsito?

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A rua Augusta é a subida menos íngreme para quem vai do centro da cidade até a avenida Paulista (o ponto mais alto de São Paulo grande obstáculo geográfico na região central de São Paulo).

Em qualquer cidade que valorizasse a mobilidade humana, esta rua teria calçadas largas e uma faixa para bicicletas, facilitando a subida de quem se desloca sem queimar combustível.

Em São Paulo, no entanto, o melhor caminho para atravessar o espigão da Paulista tem estacionamento de veículos permitido durante a maior parte do dia, nos dois lados da rua, em boa parte de sua extensão. As calçadas são bastante estreitas para o número de pessoas que passa por ali e (óbvio) não existe ciclovia ou ciclofaixa.

A rua vive com trânsito lento e os carros (em movimento e estacionados) atrapalham a vida dos passageiros de ônibus, ciclistas, pedestres e carroceiros.

Tirar espaço público consumido por propriedades privadas de alguns para melhorar as condições de mobilidade e vida de todos é tarefa difícil, mas remédios amargos também curam doenças.

Infelizmente, os habitantes de São Paulo preferem ficar parados no congestionamento, acreditando em panacéias tecnológicas (que servem apenas como paliativo ou forma de enriquecer quem as fabrica e implanta).

A solução para a mobilidade urbana em São Paulo não é técnica, é política: os carros têm que perder espaço. E têm que perder espaço não apenas para dar lugar a outros carros, mas para que ônibus, bicicletas, pedestres e cadeirantes tenham melhores condições de locomoção.

Carrocracia
Remédio para as calçadas estreitas
Mais algumas migalhas

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