São os mimados da família.
São glutões, devoram petróleo, gás, milho, cana-de-açúcar e o que vier.
São donos do tempo humano, dedicado a banhá-los, a dar-lhes comida e abrigo, a falar deles e para eles abrir caminho.
Reproduzem-se mais do que nós, e já são dez vezes mais numerosos do que há meio século.
Matam mais gente que as guerras, mas ninguém denuncia seus assassinatos, e menos ainda os jornais e canais de televisão que vivem de sua publicidade.
Nos roubam as ruas, nos roubam o ar.
E dão risada quando nos escutam dizer: eu sei dirigir.
(Eduardo Galeano – Adivinhança, em “Os Espelhos”)
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