Em aproximadamente um mês a sua tevê e o seu jornal começarão a trazer uma porção de matérias alarmantes sobre os riscos de se respirar em São Paulo.
As notícias contarão como é podre o nosso ar, mostrarão os riscos para crianças e idosos, entrevistarão “especialistas” sobre as consequências da poluição, repetirão o “mantra do tempo seco”, trarão recomendações expressas para não fazer exercícios e repetirão à exaustão a “missa da toalha molhada”.
Pouco ou nada se falará sobre as causas da poluição na cidade. Nenhuma ou rara será a nota publicada recomendando deixar a fonte poluidora em casa. O foco das exceções falará sobre a inspeção veicular, botando a culpa em ônibus, caminhões e nos carros velhos.
O deserviço público generalizado será coroado com pinceladas de fantasia: propagandas travestidas de notícias mostrarão carros a hidrogênio, eletricidade, lixo, água… Protótipos e pesquisas que ainda precisariam de décadas se apresentarão como solução para desviar o foco do problema presente.
Em aproximadamente um mês, a situação limite não permitirá ignorar a qualidade do ar que você respira o ano todo. Mas tudo será feito para continuar escondendo que anti-ecológico por princípio utilizar uma tonelada de máquina para transportar 70kg de gente.
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[…] não teriam mais pulmões enegrecidos de moradores de centros urbanos para olhar. O número de problemas respiratórios diminuiria. _____É só um sonho, eu sei. O mais triste é saber que é um sonho com o qual quase […]