Porque nós te amamos (reloaded)

dica do igor abreu e também no bicicletada curitiba

(04.abr) Campanha “Brug cykelhjelm, fordi vi elsker dig” (use um capacete, porque nós te amamos), da administração da cidade de Aalborg, na Dinamarca.

(05.abr) PS: postei esse vídeo antes de ler a discussão no bicicletada curitiba ou os links indicados nos comentários. Achei interessante o vídeo exatamente porque os policiais deixam passar alguns ciclistas sem capacete no começo do vídeo (as meninas) e só abordam  alguns passantes  (o cara de fone no ouvido e outros que estariam em condições mais “arriscadas”).

Os contextos de segurança, uso de capacete e uso de bicicletas são diferentes em todo o mundo. O que pode ser um “desestímulo ao uso de bicicletas” ou uma medida paternalista e repressiva na Dinamarca, pode significar em outras partes uma demonstração de atenção do poder público para a locomoção humana. Além disso, a imagem dos policias praticando atos “bons” é bastante inspiradora.

(06.abr) PS 2: Ok, segue abaixo outra inspiração poética para a polêmica, encontrada no português ma fyn bach.

Assim como ciclovias, consumo de álcool, subidas, qualidade das bicicletas, o clima, hábitos alimentares e outros ítens, o uso de capacetes não é algo para ser “contra ou a favor” por princípio.

O uso de bicicletas é tão variável quanto a espécie humana. Bicicletas, ainda que invisíveis aos olhos urbanos midiáticos, circulam pelo planeta Terra bem antes dos carros, em todos os países, usadas por todas as classes sociais, em todos os tipos de terreno, por diversos tipos de pessoas.

A tradição de associação dualista entre bicicleta e esporte, importada dos EUA, fez com que o uso dos capacetes passasse a ser visto como algo correto. Na Europa, exceto nos “Tours e Giros”, os ciclistas jamais usaram capacete. Da mesma forma os chineses, africanos, brasileiros…

Em número de pessoas e de viagens, o uso de capacetes continua sendo insignificante na espécie humana e isso não fez da bicicleta um objeto genocida – como acontece, por sinal, com o super-equipado automóvel.

Dizer “ciclovia” ou “capacete” é reducionismo que desvirtua a compreensão. Entender que ambos podem fazer parte das soluções, mas não são exclusivos, é um caminho para iniciar a conversa.

Soluções ou recomendações absolutas, generalizantes, encaixotadas e de fácil digestão podem ser úteis em campanha eleitoral ou para preencher espaço na televisão, mas estão longe de ter alguma utilidade no planejamento de cidades voltadas para as pessoas.

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