Em Setembro de 2007, três ciclistas curitibanos foram presos entre mais de 50 pessoas que participavam das atividades do Dia Sem Carro na rua Augusto Stresser, onde acontecia a pintura da primeira ciclofaixa de Curitiba.
Os três foram levados à delegacia e acabaram condenados por “crime ambiental”. Recorreram duas vezes da sentença, sem sucesso, e agora se organizam para reivindicar anistia à multa recebida.
Nesta quinta-feira (29), às 15h, uma manifestação em frente a Prefeitura pede a suspensão da punição e um trânsito mais saudável.
desenho técnico: urban repair squad manual
Os ciclistas afirmam que não houve “crime ambiental”, tipificação que enquadra a “pichação” e outras formas de depredação do patrimônio público. A argumentação pode ser lida na defesa jurídica do grupo ou nesta entrevista.
A pintura de sinalização cicloviária pelos próprios ciclistas acontece em diversas cidades do mundo, seja no contexto de apropriação artística do espaço, da manifestação por melhores condições ou da simples intervenção necessária para tornar um trecho urbano mais seguro ou agradável. Uma boa fonte de informação sobre ciclofaixas em várias cidades é o urban repair squad, de Toronto (Canadá).
Assim como as bicicletadas “fora da lei” inspiradas pelo “critical mass” de São Francisco, em cada cidade onde os ciclistas resolvem botar a mão na tinta para sinalizar a rua em vez de aguarar por autorizações ou iniciativas oficiais, as ações e reações serão diferentes.
Algumas cidades podem considerar a interferência um simples ato de vandalismo, outras podem enxergar na pintura de ciclofaixas uma vontade de resgatar o espaço público e de transformar as ruas em ambientes mais seguros.
primeira ciclofaixa de curitiba – foto: bicicletada curitiba
Para alguns, a iniciativa é uma subversão do papel dos órgãos de trânsito. Para outros, apenas a aplicação cidadã das leis de trânsito.
O crime ambiental – sobre o processo dos três curitibanos
ciclofaixas – grupo transporte humano
Ciclofaixa X Prefeitura – rodafixa
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