22 de setembro – dia sem carro

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“Passear, redescobrir, respirar… A Cidade Alta sem automóveis é belíssima”, diz a campanha de redução de veículos no centro de uma cidade italiana. Abaixo do equador e à esquerda na foto, o largo São Bento ocupado por automóveis estacionados.

O abuso dos motoristas e a tolerância das autoridades com o tráfego e estacionamento de veículos em praças e calçadas são históricos nessa região. Agora o problema deve ser resolvido: o trecho do largo ocupado pelos carros estacionados será aberto para o fluxo de veículos, ligando a rua São Bento (ao lado do mosteiro, até então sem saída) à rua Boa Vista (de onde a foto foi tirada).

A abertura… ou melhor, o fechamento das áreas de pedestres faz parte do projeto de “requalificação do centro”, que pretende acabar com outros 10 (dos 27) calçadões, incluindo a rua 15 de novembro, Barão de Itapetininga, 7 de abril e Florêncio de Abreu.

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Acima, outro ponto que poderia ser “requalificado” na região central. Já existe até lei aprovada para isso e se ela fosse aplicada, custaria aos cofres públicos bem menos do que a abertura dos calçadões e só traria benefícios à cidade e aos cidadãos.

Apesar de aprovada pela Câmara e sancionada pelo Prefeito, a lei 13.995 é, até agora, mais uma lenda formal deste país. A lei estabelece que todos os locais (públicos ou privados) de “grande afluxo de público” deverão ter estrutura para o estacionamento de bicicletas.

No entanto, o prazo previsto para a regulamentação (que cabe ao Executivo) venceu em 10 de agosto, 60 dias depois da assinatura de Serra. O caso não é novidade: existem leis esperando há 5 ou 10 anos pela regulamentação, que é o momento dos pormenores. É nessa fase que são estabelecidas as punições para a iniciativa privada, a destinação de verbas públicas, os possíveis incentivos e campanhas e até o que significa “grande afluxo de público”…

Requalificar para todos
As 8 bicicletas da foto ocupam 1/6 do espaço desperdiçado pelos automóveis na Pinacoteca do Estado. O belo prédio, cheio de carros na frente de sua fachada, é um dos raríssimos locais com bicicletários públicos (ou privados) na cidade. Mesmo assim, a demanda é maior do que a estrutura disponível: o lugar só comporta o estacionamento de 6 bicicletas.

Outra possibilidade de “requalificação” seria permitir em alguns dias e horários o tráfego de ciclistas com bicicletas. A bela estação da Luz (que fica em frente à Pinacoteca) atrairia gente de toda a cidade para um bom passeio de bicicleta pela história e pela cultura do Centro.

Apesar de tudo, a Prefeitura apóia o Dia Sem Carro e divulgou em seu site, através da Secretaria de Meio Ambiente, um bom texto estimulando os servidores públicos a não utilizar o carro na próxima quinta-feira.

Confira nos próximos dias mais notícias e o calendário de atividades para o Dia Sem Carro.

Enquanto isso, aproveite para ler os textos e fotos publicados anteriormente sobre o centro:
Viva o centro… sem carros
Minhocão aos domingos
Calçadão da Luz
O centro pela ótica da Veja
Ação lúdico-educativa

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