37a bicicletada

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A 37a Bicicletada de São Paulo começou com alguns trabalhos manuais.

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Placas inspiradas em Duchamp avisavam que o motorista não estava tendo uma alucinação: “isto é um carro”. Na hora do rush da última sexta-feira (30), nossas bicicletas passaram a ocupar o espaço de um automóvel com a ajuda de algumas bóias de piscina, fios de barbante e cartazes “hecho a mano”.

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Ocupando a segunda faixa da Paulista para mostrar que bicicleta também faz parte do trânsito, economiza espaço, não polui, humaniza a cidade, permite a convivência e ainda diverte quem a utiliza.

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Muitos motoristas apoiaram a inciativa, acharam a manifestação divertida e sentiram por não estarem pedalando conosco. Um pedestre aplaudiu, o outro gritou: “é isso aí!”. Passageiros de ônibus vibraram e desejaram boa sorte.

No trânsito parado, panfletagem e conversas com os motoristas sobre o espaço ocupado pelos automóveis, sobre as causas do trânsito e as alternativas para o caos paulistano.

Mas nem só com rosas e alegria se faz uma bicicletada: meia dúzia de motoristas enfurecidos, estressados e angustiados xingaram os pedalantes (claro, só depois de passar pelo lado e ganhar uma boa distância para que o xingamento fosse feito “com segurança”).

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Lá pelas tantas, uma moto da CET encosta e diz: “para a direita, para a direita”. Não fomos, pois a lei nos permite trafegar na segunda pista em vias com corredores ou vias exclusivas para ônibus. Conversa vai, conversa vem, o motoqueiro informou que algum motorista tinha ligado para a central informando que alguns ciclistas estavam “atrapalhando o trânsito” na avenida paulista.

Além de cometer infração ao usar o celular dirigindo, o pobre motorista não sabe contar: se olhasse ao redor, veria que eram seus milhares de colegas motoristas solitários que estavam a causar o congestinamento e não a meia-dúzia de bicicletas coloridas.

Depois de muita conversa sobre o caos motorizado, o motqueiro desejou “boa sorte” e recomendou cautela: estávamos no meio de pessoas armadas e estressadas, capazes de matar um semelhante pelo simples impulso de querer chegar mais rápido até o próximo congestionamento. Sorrimos, desejamos boa noite e fomos curtir a noite.

Em outubro estamos de volta: sempre na última sexta-feira do mês, às 18h, no finalizinho da Paulista (quase na Consolação).

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