O preço do trabalho no Brasil

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Recentemente o prefeito José Serra proibiu a colocação de cavaletes de propaganda nas esquinas. As peças publicitárias que indicavam aos motoristas a direção de apartamentos à venda atrapalhavam a circulação de pedestres e degradavam a cidade. Em um país onde o trabalho vale muito pouco e a dignidade menos ainda, as soluções comerciais beiram o absurdo e lembram os tempos de escravidão.

Kátia, 21 anos, desempregada, passa o domingo segurando uma placa. Das 9h às 17h30 a moradora de Itapecerica da Serra fica parada em uma esquina nobre da capital debaixo do sol. Meia hora de almoço e 30 reais no bolso ao final do dia. A refeição não está incluída no “salário”, mas seus benevolentes patrões fornecem um sanduiche e um suco para que ela mantenha a saúde no papel de “cavalete humano”.

O deslocamento até o local de trabalho também fica por conta de Kátia, que leva mais de 1h30 para voltar para casa, já que o transporte público é reduzido significativamente aos domingos. A jovem não reclama do trabalho, mas diz que preferia quando entregava panfletos de apartamentos nos semáforos: “era mais divertido, pelo menos eu via gente”.

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