No começo, a defensiva:
– Não estamos fazendo nada ilegal.
– Ilegal não, tenho certeza, mas absolutamente imoral. Desvalorizar o espaço dos pedestres desse jeito só para não atrapalhar o trânsito é absolutamente injustificável.
Depois, a típica desculpa:
– Mas ainda sobra espaço para o pedestre passar.. E nós estavamos atendendo a uma emergência: olha como está o trânsito aqui.
Uma olhada ao redor, nada além da rotina paulistana. Desde quando um trânsito qualquer é emergência?
– E por que não estacionar na rua em vez da calçada?
– Porque se estacionarmos na rua, nem ônibus passa aqui.
Mentira. A “emergência” era no sentido contrário. Se um ônibus tivesse que reduzir a velocidade e passar “espremido” entre o carro da CET e a fila no sentido contrário, nada mudaria no fluxo.
– E por que não estacionar na transversal?
– Porque é proibido parar e estacionar.
Mentira: a rua D. Antonia de Queiroz só tem estacionamento proibido entre a Augusta e a Consolação. Mas para estacionar no quarteirão entre Frei Caneca e Augusta, o motorista é obrigado a dar a volta no quarteirão.
A conversa seguiu caminhos mais amenos. Convencimento de que é grotesco o órgão responsável pela mobilidade de todos os cidadãos desvalorizar quem já sofre cotidianamente com a falta de infra-estrutura e respeito.
E um “bom trabalho” no final, porque deve ser bem difícil gerenciar o caos sem nenhuma política enfática para a solução do problema.
álbum de fotos: carro VIP
Primeiro mandamento para administrar São Paulo: nunca atrapalhe os carros
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