Autor do projeto de revitalização da Praça do Patriarca (foto acima), o arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha declarou em entrevista ao :.apocalipse motorizado: “o estacionamento de veículos no local é um desastre completo, já que a principal transformação foi exatamente retirar o carrossel de ônibus que existia por lá e abrir um espaço agradável para a circulação de pessoas”.
Com a instalação de alguns centros culturais na região, as autoridades passaram a fazer vistas grossas ao estacionamento ilegal, acreditando que atrair automóveis é dar vida ao centro. O paulistano, cada vez mais dependente do automóvel, não consegue aproveitar a “espacialidade técnica da metrópole”, ou seja, a possibilidade de utilizar o transporte público para se deslocar pelas mais diferentes regiões da cidade.
“É uma pena, pois é exatamente nos finais de semana que o metrô revela o seu caráter lúdico, de passeio, permitindo deslocamentos pelas mais distintas regiões da cidade em pouco tempo e de forma agradável”, afirma o arquiteto. A região central possui 5 estações de metrô, inúmeras linhas de ônibus e até estacionamentos particulares. Mas o individualismo do paulistano, estimulado pela conivência das autoridades, acentua as aberrações de uma cidade degradada, poluída e agressiva.