De encher os olhos

O garoto em cima da bicicleta aguardava o farol verde antes da faixa de pedestres. Um exemplo para muito marmanjo que “pilota” carro, moto ou bicicleta e costuma ignorar a preferência máxima do pedestre no trânsito.

Quando o farol ficou verde, o motorista no primeiro carro da fila acelerou para virar à direita antes do pequeno ciclista. O garoto não se intimidou: acenando com as mãos, indicou que ia reto e pediu passagem. Afinal, se no lugar de uma bicicleta fosse um caminhão, certamente o motorista pensaria duas vezes antes de fechá-lo. Quando o apressado condutor finalmente deixou de avançar seu veículo para cima da bicicleta, o garoto agradeceu e seguiu pedalando.

Poucos marmanjos têm tamanha presença de espírito e calma para lidar com situações como esta sem perder a cabeça e sem deixar que violem o seu direito de circular com tranquilidade.

Andar de bicicleta em São Paulo exige calma, diálogo, respeito, atenção e cordialidade. Entrar na lógica competitiva e agressiva do trânsito motorizado é, acima de tudo, desperdício de energia. Afinal, o mundo da violência é o mundo do automóvel, que isola as pessoas dentro de bolhas metálicas, impede a convivência, degrada o espaço público, estimula a competição, provoca angústia, raiva, tédio, solidão, obesidade, alienação….

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