O medo de andar nas ruas “perigosas, violentas e abandonadas” somado à mania de ostentação da “Casa Grande” e à farta mão-de-obra vinda da “Senzala” consolidaram esta aberração urbana chamada “valet park”.
Estacionar a carruagem na porta porta do castelo era hábito comum entre os nobres da Idade Média. Vassalos e cocheiros encarregavam-se de alimentar os cavalos e providenciar um local seguro para o veículo. Em outras partes do mundo, os “valets” continuam destinados apenas aos muito bem-nascidos.
Em São Paulo, cidade que valoriza a combinação de fachadas neoclássicas com sistemas de segurança estilo Auschwitz, qualquer bodega possui “manobrista no local”. Falta só o tapete vermelho para que o condutor do veículo comprado em 3 anos de prestações se sinta um verdadeiro Luís XV.
A ironia fica para a pergunta “quantas vezes você foi assaltado dentro do carro ou teve o veículo roubado?”. Poucos motoristas responderão “nenhuma”, apesar da grande maioria se sentir mais seguro dentro de um veículo particular e morrer de medo das ruas por eles abandonadas.
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