Através de seus geniais publicitários, propagandeiam o entupimento das ruas como se este fosse um fator natural (como a chuva), e não a conseqüência de um gigantesco lobby que envolve também especuladores imobiliários, grileiros de terras, empreiteiras e políticos.
Estes grupos são os grandes responsáveis pelo colapso desta cidade ao longo do século XX, por tornar São Paulo uma cidade detestável de se viver, poluída, degradada, espalhada, agressiva e imóvel.
Em 453 anos de vida desta metrópole, não é exagero afirmar que no último meio-século a cidade destruiu mais a qualidade de vida do que nos outros quatro. Foi na segunda metade do século XX que o bonde desapareceu, que as montadoras se instalaram com gordos subsídios nos arredores da cidade, que as bicicletas foram sufocadas e reduzidas a objetos de lazer, que as calçadas foram destruídas e que a cidade se espalhou através dos condomínios fechados e dos bairros acessíveis apenas para quem possui automóvel.
Na semana do aniversário de São Paulo o :.apocalipse motorizado continua apontando problemas e articulando soluções. Tem a primeira bicicletada do ano, a morte dos calçadões do centro, a lei que cria o sistema cicloviário, a tentativa de criação de um monopólio dos anúncios de mídia exterior e a prostituição das faixas de ônibus.
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