Lugar de criança é na rua

Antes do automóvel impor sua lógica às cidades, as ruas serviam também para a convivência e para o lazer. A transformação do espaço urbano em local destinado prioritariamente à circulação de máquinas fez com que as ruas se tornrnassem perigosas.

O carro, propriedade privada, também rouba espaço público das crianças quando estacionado. Em vez de calçadas largas, “playgrounds” e praças, uma longa fila de automóveis estacionados.

A lógica do carro, como já foi dito neste blogue, é parceira da especulação imobiliária. A construção de prédios e condomínios com gigantescas áreas privadas de lazer também é característica da São Paulo segregacionista. Nas regiões mais verticalizadas e ricas da cidade, não é raro encontrar dez quadras esportivas e dez piscinas em um só quarteirão. Quase todas permanecem vazias durante boa parte do ano.

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