Arquitetura da destruição

Para o rei carro entrar em seu castelo, construímos escadas no lugar das calçadas, confinamos deficientes físicos e visuais em suas casas e proibimos a circulação de idosos.

A cidade inteira está repleta de cenas como esta.

Diz a lei automobilista que a responsabilidade de zelar pelas calçadas é do proprietário do “lote lindeiro”. Já aos cofres públicos, cabe a árdua tarefa de zelar pelo asfalto das ruas, tapando buracos a cada dia e trocando o asfalto a cada prefeito.

Já que os interesses públicos e privados se misturam em benefício do segundo, temos milhões de reais gastos com asfalto e nenhum tostão investido nas calçadas.

Em São Paulo existe um programa de orientação para que o proprietário do imóvel adeque sua calçada aos padrões estabelecidos. Como não há fiscalização nem obrigatoriedade de seguir os padrões de acessibilidade, os proprietários dos imóveis continuam a julgar que o mais adequado é transformar sua calçada em rampa de acesso às garagens.

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