Masakatsu Sashie, na Adbusters, a melhor publicação do mundo
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Masakatsu Sashie, na Adbusters, a melhor publicação do mundo
camiseta à esquerda: “Estou acompanhado de um idiota”
camiseta à direita: “Humanidade“
Acontece amanhã (07/01) o primeiro ato da campanha contra o aumento da tarifa do transporte coletivo em São Paulo. A concentração é às 16h, na frente do Teatro Municipal, e a saída da manifestação acontece às 17h.
Na última segunda-feira (04), começou a vigorar o aumento de 17% para os ônibus da capital. Um cidadão que utiliza ônibus e metrô (ou trem) para ir ao trabalho, gasta R$ 8,00 por dia.
O cidadão que utiliza apenas a precária rede de ônibus da capital (sem fazer integração com os trilhos) irá gastar R$118,00 a cada mês, apenas para ir e voltar do trabalho. O valor equivale a 23% do salário mínimo.
Enquanto isso, prefeitura e governo do Estado continuam a gastar bilhões em obras inúteis destinadas apenas ao tráfego de automóveis particulares, alimentando caixas de campanha para 2010 e os bolsos dos donos de construtoras.
A inequidade de gastos públicos entre o transporte coletivo (que atende a maioria da população) e o transporte individual motorizado transforma a placa da imagem acima em uma piada de extremo mau gosto.
No próximo domingo (10/01), a Rede de Luta Contra o Aumento promove uma reunião às 15h, no Ay Carmela (r. das Carmelitas, 140 – Sé).
rede de luta contra o aumento
tarifazero.org
postagens anteriores sobre o aumento
Texto de Carlos Paiva Cardoso
(título da postagem: apocalipse motorizado)
Nova tarifa de ônibus da capital paulista é de R$ 2,70. Segundo o jornal Destak é a tarifa mais cara entre as capitais brasileiras.
O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, disse nesta segunda-feira (4) que o reajuste de 17,4% autorizado pela Prefeitura de São Paulo para as tarifas de ônibus do município vai gerar uma pressão importante sobre os indicadores de inflação. Segundo ele, o impacto do aumento será de 0,32 ponto porcentual para o IPC-S de janeiro, o que traria, sem as outras pressões de alta ou de baixa que o indicador tende a captar, uma taxa já superior à de dezembro, que foi de 0,24%.
O IPC-S abrange sete capitais do País: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. A capital paulista tem o maior peso na composição do indicador de inflação da FGV. “Só para o IPC-S de São Paulo o impacto do reajuste ficará na casa de 0,77 ponto porcentual”, calculou Picchetti. – Do G1, com informações da Agência Estado
O gráfico acima foi elaborado com base no artigo acima de Fabiene Cristina de C da Costa e Carlos David Nassi – Programa de Engenharia de Transportes – COPPE/UFRJ.
Segundo os autores, os dados utilizados foram coletados entre os anos de 2000 a 2007. Para a Região Metropolitana de São Paulo foram utilizados os dados de 2007 (que já inclui o bilhete único).
O gráfico identifica claramente o alto custo relativo do transporte coletivo na Região Metropolitana de São Paulo, já que quanto menor o valor obtido maior é o comprometimento da renda no transporte coletivo.
Vale a pena lembrar que a utilização da renda média, neste tipo de análise, em regiões de distribuição de renda muito desigual (São Paulo, por exemplo) tende a amenizar um resultado ainda pior.
arte: tarifazero.org
Para recepcionar os paulistanos em 2010, depois de centenas de quilômetros e dezenas de horas de congestionamento nas estradas de comercial de tevê da Ex-PanSãoPaulo, a administração que não construiu nenhum quilômetro de corredor de ônibus na capital dá um presentão aos cidadãos: a partir desta segunda-feira (04) a tarifa dos coletivos sobe de R$2,30 para R$2,70.
Em breve, muito breve, andar de trem da CPTM ou do metrô também vai ficar bem mais caro.
No final do ano, a mídia reportou que a prefeitura havia aumentado o subsídio ao transporte coletivo em 2009. Trocando em miúdos, em vez de investir na melhora da rede, a prefeitura aumentou o montante transferido aos donos das empresas de ônibus.
Uma rede de ônibus com corredores exclusivos permite que os coletivos cheguem no horário, gastem menos combustível, tenham custos reduzidos com manutenção e transportem pessoas com mais conforto. Um sistema que permite veículos individuais atrapalhando os coletivos em boa parte da rede é muito mais caro e ineficiente.
Usar transporte coletivo em São Paulo é caríssimo. Em Budapeste (Hungria), por exemplo, um passe de 70 euros/mês permite ao cidadão utilizar trens, metrô, bondes e ônibus, quantas vezes quiser, 24 horas por dia. Bilhetes mensais e ilimitados com custos similares são praxe em todas as cidades europeias e nas boas cidades da América e da Ásia.
Na capital do subdesenvolvimento automobilístico, quem paga o pato a preço de faisão continua sendo o pacato cidadão.
foto: panóptico
Uma das ações mais marcantes da atual administração municipal é a comercialização dos espaços públicos. Depois de retirar os outdoores com a lei Cidade Limpa, começou a venda e o aluguel de locais estratégicos para a exploração publicitária. E a cidade novamente começa a se encher de mensagens comerciais por todos os lados.
A decadência comercial da televisão aberta transformou a exposição incondicional dos olhares dos passageiros de ônibus em uma grande oportunidade para a manutenção do poder de influência das emissoras. A iniciativa privada pediu, os serviçais públicos atenderam: no começo de 2007, aparelhos de televisão começaram a ser instalados nos ônibus da capital.
A invasão começou com vaselina: vinhetas educativas, informações, serviços e outras imagens “inofensivas” fizeram parte da primeira fase da programação. Em 2009, a prefeitura anunciou uma “parceria” com a Rede Globo (através da operadora do serviço de TV em ônibus), que permitiria a transmissão ao vivo de conteúdo da emissora. Outras redes de tevê já transmitiam imagens de sua programação dentro dos ônibus, mas a Globo foi a primeira a avançar sobre o “ao vivo”.
Atualmente, novelas e outros programas de teleidiotização em segundo grau podem ser vistos dentro de centenas de ônibus da capital. Alguns deles começaram a receber cartazes questionando a iniciativa. No espírito do “faça você mesmo”, cidadãos da metrópole protestam contra a venda compulsória dos olhares e a comercialização do direito ao transporte.
televisão no meu busão, não – panóptico
sorria, você será manipulado (e vai pagar R$ 2,30 R$ 2,70 por isso)
tv no ônibus, a comercialização das mentes e a lei cidade limpa
artigos sobre televisão no apocalipse motorizado
praça do ciclista – 25/12/2009
Por causa da São Silvestre, a prefeitura de São Paulo retirou o arremedo de parapeito que permaneceu durante quase um ano na Praça do Ciclista. Agora a mureta que protege pedestres de uma queda fatal no “buraco da Paulista” tem menos de um metro de altura.
O parapeito original teve sua altura reduzida em janeiro de 2008, quando a prefeitura reformou as calçadas da Paulista. O piso foi elevado, mas os carrocratas ignoraram a necessidade de aumentar também a proteção aos pedestres. Algumas reclamações foram feitas e, desde então, o improviso foi o padrão adotado.
Praça do Ciclsita – 12/12/2009
Como é sabido, as ruas percorridas pelos atletas da São Silvestre sempre recebem uma maquiagem para sair bem nas imagens da televisão. Tapumes e gambiarras com as quais os cidadãos convivem o ano inteiro não ficam bem nas imagens “para exportação”.
Em 2007, a Prefeitura (talvez a pedido do diretor de arte da emissora que exibe a prova) cobriu de cinza um mural da artista Mona Caron.
Com a retirada do arremedo de parapeito para a São Silvestre 2009, a prefeitura certamente irá repetir a ação de 2007 e cobrir de cinza os desenhos que hoje enfeitam a mureta. Resta saber se além de acabar com a arte, a administração municipal também irá acabar com o risco de um acidente gravíssimo no local.
Em Julho de 2008, o ex-über-secretário Andrea Matarazzo já prometia o reforço no parapeito (além da devolução do bicicletário que havia sido instalado antes da reforma das calçadas). Até hoje, nada foi feito além de pintar reiteradamente o muro de cinza.
No último sábado, uma festa ajudou a arrecadar fundos para pagar a multa da ciclofaixa em Curitiba. A batalha dos ciclistas curitibanos contra o rodoviarismo no poder só está começando…