Praça do Ciclista, av. Paulista, alt. 2440
fotos: Cibol, Ilha da Fantasia e Juan Meira
Em julho de 2001, impulsionada pelas primeiras experiências de movimentos “anti-globalização”, desembarcava no Brasil uma iniciativa que já tinha quase uma década de vida nos EUA: os encontros de massa crítica, aqui apelidados de Bicicletadas.
A idéia é simples: ocupar as ruas com bicicletas, patins, skates e outros meios de transporte não-motorizados. “Não atrapalhamos o trânsito, somos trânsito”. Por se tratar de um movimento horizontal, caracterizado essencialmente pelo encontro mensal de ação direta, existem variações de objetivos e comportamentos da massa crítica nas diversas cidades onde acontece.
cartaz da primeira bicicletada em São Paulo – do livro “Estamos Vencendo”
A primeira Bicicletada de São Paulo foi chamada em julho de 2001 por grupos anticapitalistas que protestavam contra o G8 (seis anos mais tarde, outra Bicicletada tomou as ruas com o mesmo propósito).Em 2002, os encontros de massa crítica começaram a acontecer mensalmente.
O foco da Bicicletada voltou-se então para a resistência à cultura automobilística e para a promoção dos transportes não-motorizados, propagando a viabilidade dos veículos a propulsão humana e reivindicando os direitos de seus usuários.
Além da ocupação festiva das ruas, a Bicicletada de São Paulo sempre desempenhou caráter educativo com a distribuição de panfletos sobre os direitos e deveres de quem utiliza o transporte não-motorizado na cidade.
Com o passar dos anos, as concentrações “lúdico-educativas” trouxeram também a arte urbana para os encontros: construção de bici-carros, grafiti, confeccção de alegorias, cartazes e outras formas de intervenção no espaço público.
No começo de 2006, os participantes decidiram sinalizar as ruas em favor das bicicletas. Em fevereiro daquele ano, o ponto de encontro da Bicicletada foi batizado de Praça do Ciclista, recebendo placas indicativas em uma festa com música e exibição de vídeos. Um ano mais tarde, a mesma praça recebeu itinerários de ônibus instalados pelos participantes.
Ainda em 2006, os participantes da Bicicletada protagonizaram as atividades do Dia Sem Carro, realizadas em parceria com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.
A “coincidência não-organizada” que propaga a paz no trânsito e a convivência nas ruas completou cinco anos de vida na última sexta-feira (27). Aproximadamente 50 pessoas compareceram à festa, que teve bolo, parabéns, bexigas, alegorias, confraternização e, claro, um rolê pelas ruas de São Paulo.
Um presente para a estátua.
Novas placas para a Praça do Ciclista.
Bici-bolo nas ruas.
A massa passa…
… respeitando os transeuntes.
Ciclistas…
… usuários de patinetes…
… e até pedestres celebrando a vida.
One Comment